Dia 25 de abril de 2014, o
Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas de Educação do Campo
(GEPPPEC), da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR-Campus Paranavaí),
realizou a “I Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular".
Aproximadamente 50 universidades públicas em todo Brasil também realizaram
jornadas durante o mês de abril, todas discutindo a mesma temática.
No Campus de Paranavaí,
aproximadamente 100 acadêmicos e professores de diferentes cursos participaram
da jornada em diferentes horários, tarde ou noite ou, tarde e noite. Os
expositores transitaram por temáticas transversais: história da luta pela terra
no Brasil desde sua invasão pelos portugueses: Quilombos dos Palmares, Canudos,
Contestado, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Reforma
Agrária, Educação do Campo, escolas rurais, pequeno agricultor, ilhéus,
quilombolas, índios, ribeirinhos, conflitos e assassinatos no campo, seja de
sem terra, advogados e lideranças sociais e religiosas.
Na parte da tarde, Vanderlei
Amboni fez a abertura do evento, falando da programação do evento. A primeira
convidada Maria Edi da Silva Comilo fez a conferência da abertura da Jornada
realizando discussão sobre educação e a luta pela reforma agrária no Paraná e
da educação do campo a partir de sua experiência como diretora da Escola
Camponesa Municipal Chico Mendes, no Assentamento Pontal do Tigre, em Querência
do Norte-PR.
Ainda no Período da Tarde,
Vanderlei Amboni apresentou o filme-documentário Terra para Rose. Em seguida promoveu o debate sobre o latifúndio na
história do Brasil.
Na parte da Noite, foi
realizada uma mesa redonda, composta pelo Professor Dr. Elias Canuto Brandão, da
UNESPAR-Campus Paranavaí; Nilciney Toná, da Escola Milton Santos e do Setor de
Formação; João Flávio Borba, da Coordenação Estadual do MST e do Setor de
Produção e Cristiano Czicza, da Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória
(COPAVI). Antes da abertura, o Professor Celso José dos Santos, do Núcleo Sindical
da APP-Sindicato de Paranavaí fez uma saudação, destacando a luta dos Sem Terra
na construção da reforma agrária e da educação no Brasil
Composta a mesa redonda, Elias Brandão iniciou os debates da noite expondo sobre a universidade e a questão
agrária, resgatando a história da luta pela terra no Brasil e sobre a
importância da Universidade (professores e acadêmicos) discutirem a temática.
Afirmou que a academia não pode e nem deve ficar alheia ao que ocorre na
sociedade, mais ainda pelo fato de a maioria dos acadêmicos serem da região
noroeste do Paraná, região camponesa, onde seus familiares ou são sitiantes ou,
trabalham na terra ou, dela dependem, pois é da região rural que vem os alimentos
consumidos nas cidades.
João Flávio Borba, do MST,
falou sobre o Movimento Sem Terra no Paraná, desde sua criação até o presente
momento, perpassando os conflitos no campo e os assassinatos, além da situação atual
do MST no Paraná.
Nilciney Toná, falou do
papel da Escola para a formação de técnicos agrícolas ligados ao campo no
Paraná e convidou os acadêmicos a conhecerem a Escola e sua experiência.
Aproveitou para convidar a universidade a participar do Encontro Nacional de
Agroecologia que ocorrerá na Escola Milton Santos no mês de junho, quando se
espera mais de duas mil pessoas.
Por fim, Cristiano Czicza,
falou de como os assentamentos são organizados, diferenciando o Assentamento de
Paranacity, onde 23 assentados trabalham de forma coletiva, sendo a propriedade
também coletiva. Produzem açúcar mascavo, leite, pinga, pães, doces,
hortaliças, entre outros. Os assentados residem numa agrovila e o café da manhã
e o almoço são coletivos, servidos no restaurante da sede da Cooperativa. No
assentamento não há analfabetos e a maioria dos assentados tem curso superior,
alguns com mestrado, contribuindo não só no assentamento, como no Movimento em
nível nacional, sejam com advogados, agrônomos, assistente social,
economista...
Segue fotos da I Jornada
Universitária.